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Despertei para as artes na minha adolescência. Cheguei a prestar Artes Plásticas e, com a imaturidade da época, fiquei enfurecida e frustrada quando não passei na prova prática no Instituto de Artes da UNESP. Desviei do chamado e "segui o script" trabalhando em corporações por cerca de 12 anos. O segundo chamado para "ser quem sou" foi através de uma crise existencial aos 28, no meu retorno de saturno. Essa revisão abriu oportunidade para mergulhar ainda mais fundo no autoconhecimento e ter a coragem de decidir que aquela vida não fazia mais sentido para mim.
A arte nunca esteve no meu radar como meio possível de atividade profissional, então explorei outras possibilidades que me encantavam: área de educação de línguas e terapias integrativas. Me vejo como um ser curioso e com sede de aprender, com o passar dos anos fui percebendo que podia dividir esses saberes com outras pessoas. Assim, senti o prazer em criar e conduzir cursos, vivências e workshops. Como é bom ensinar aprendendo, trocar e multiplicar conhecimentos.
Uma grande chave que virou foi o contato as mandalas. Através da necessidade de ir cada vez mais fundo nessa busca por mim mesma, esses círculos sagrados tiveram e têm ainda um papel fundamental.
Lá estava ela, a ARTE, me relembrando que seria através desse canal que novas dimensões se abririam no horizonte.
A partir das mandalas tecidas em lã, passei para mandalas intuitivas pintadas em MDF (acrílico), aquarelas intuitivas e de animais… Recentemente, desenho de seres e visões de meditações, sendo canal de imagens e mensagens.
Na minha caminhada, não tem como separar autoconhecimento, arte e espiritualidade. Estão entrelaçadas e interdependentes. Quem diria que com o tempo eu perceberia que a arte nunca teria lugar coadjuvante na minha vida e que tudo que vivi não foi desvio dela e sim preparo/ fortalecimento para bancá-la como meio de vida e SERVIR.
Me faz lembrar do tempo do vestibular em que buscava, sem me conhecer, a validação fora de mim.
Hoje, aos 40, vejo que é mais sobre NÓS descobrirmos por nós mesmas quem somos e o melhor que podemos fazer por nós e pelo mundo. Essa força, inevitavelmente ressoa nos corações e traz reconhecimento de fora através de como toca e move pessoas.
Assim, posso dizer que esse ano "saí do armário"e me assumir artista.
Sim, sou artista!